Um mouro, de olhos verdes e pele morena, capaz de encantar qualquer donzela, cantar-lhes-á:
Menina vem ter comigo,
Vem meu encanto quebrar
Sou um mouro teu amigo
Que te quer namorar.
O mouro é Al-Pal-Omar, que ali viveu e terá construído um palácio subterrâneo, no local onde está agora o Castelo. A fama da sua beleza era conhecida do Mondego ao Tejo e poucas eram as mulheres que resistiam aos olhos verdes, brilhantes e apaixonados, do mouro que estava sempre pronto a aumentar o harém.
Conta a lenda que certo dia, as tropas portuguesas conduzidas por Gualdim Pais, combateram Al-Pal-Omar até à morte, vendo-o desaparecer para sempre numa gruta encantada do seu palácio. As tropas taparam depois todas as entradas da mansão subterrânea e, por cima, construíram o Castelo de Pombal.
Se as raparigas não fugirem imediatamente, depois de ouvirem a canção de engate, das duas uma: ou se deixam seduzir, e acompanham o mouro na eternidade; ou estão condenadas a nunca mais voltarem a ser belas. Diz-se que as raparigas bonitas de Pombal gostam de ir passear para o Castelo depois do por-do-sol com os namorados, para irritar o mouro. Por vezes, Al-Pal-Omar vinga-se e desfaz-lhes os casamentos.