Para celebrar o Dia Mundial do Turismo este ano a Organização Mundial do Turismo (OMT) escolheu o tema “Turismo e Investimentos Verdes” uma das principais prioridades para a recuperação do turismo, crescimento e desenvolvimento futuros.
Ao contrário do impacto sempre positivo na economia do país, o turismo, pode influenciar negativamente o meio ambiente e, por isso, é muito importante garantir que o setor seja desenvolvido de forma sustentável de modo a preservar os recursos naturais e o bem-estar das comunidades locais.
Com a escolha do tema a OMT quis alertar para a necessidade de se realizarem mais “investimentos que beneficiem as pessoas (apostando na educação e competências), o planeta (incidindo em infraestruturas sustentáveis e acelerando a transformação ecológica) e a prosperidade (promovendo a inovação, a tecnologia e o empreendedorismo)”, lê-se no site do Turismo de Portugal.
Por cá, em Fátima, a transformação ecológica está no bom caminho. Os hotéis, por exemplo, têm feito um esforço de conversão das suas estruturas, adotando medidas como a separação do lixo, a economia de água ou a produção fotovoltaica. Na última década têm-se assistido a significativas mudanças do ponto de vista da sustentabilidade das várias unidades hoteleiras e de restauração locais. Um caminho que se faz por etapas, de acordo com a capacidade de investimento de cada um dos agentes económicos. Mas este esforço não pode ser feito apenas por quem recebe, os próprios turistas e peregrinos, têm um papel importantíssimo nesta transformação e a mudança deve estar sobretudo nos comportamentos.
Em 2017, por exemplo, imagens do recinto do Santuário de Fátima coberto de lixo foram notícia em diversos meios de comunicação nacionais. Durante a Vista do Papa Francisco a Fátima, milhares de peregrinos assistiram no Santuário às celebrações religiosas que assinalavam os 100 anos das Aparições. Viveram-se momentos de muita fé e emoção, mas quando todos foram embora ficou apenas o lixo.
Aquela não foi a única situação relacionada com as grandes peregrinações a Fátima e a poluição nas ruas. Também naquele ano, um grupo de cidadãos - o movimento ambientalista “Não Lixes” - organizou uma campanha para sensibilizar os peregrinos a não deitarem lixo para as bermas das estradas ou para as matas, durante a caminhada até Fátima, uma vez que constataram que essa era uma prática comum.
“Não lixes… a tua caminhada” foi o mote da campanha que distribuiu pelo caminho, entre Coimbra e Fátima, dezenas de cartazes com o apelo, colados nos contentores distribuídos ao longo da estrada.
Já em 2018 outro movimento ambientalista, o “Lixo Zero”, juntou-se a esta causa e uniram esforços para reduzir o lixo produzido pelos milhares de peregrinos que todos os anos se dirigem a pé ao Santuário de Fátima, sobretudo no mês de maio.
Tal como incentiva a OMT, espera-se uma transformação ecológica no setor do turismo que beneficie as pessoas, a economia e o planeta e que deverá ter início, sobretudo na mentalidade e nos comportamentos de quem recebe e de quem visita.